Fonte: O Estado do Ceará
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Todo início de ano é a mesma coisa. Mal começa o ano novo e o contribuinte precisa estar atento aos novos tributos que batem à porta. IPVA e IPTU geralmente são os principais. Para muitos é sempre um desafio equilibrar as contas, ainda mais com a chegada do ano letivo escolar e com isso mais despesas. No meio desse turbilhão de obrigações é fundamental se organizar financeiramente.
Pesquisa Datafolha realizada em dezembro de 2023 mostrou que dois terços não têm reserva de emergência e apenas 8% se preparam de alguma maneira para a aposentadoria que não seja com o INSS (52%) ou a previdência privada (13%). Mais que isso: 35% dos brasileiros estão inadimplentes, segundo levantamento do Serasa de novembro. No total, são 71,81 milhões com contas atrasadas. Segundo especialistas em planejamento financeiro, todas essas situações são contornáveis desde que haja organização.
“Organizar o planejamento mensal é o ideal. No início do ano as pessoas têm tributos além das despesas cotidianas do ano. Interessante observar que na medida que as pessoas organizam seu orçamento elas têm ideia de como irão pagar, aproveitando os descontos de pagamentos antecipado ou parcela única. Tanto IPVA quanto IPTU têm opções de descontos. O ideal é estruturar a organização do que se tem a pagar no período das despesas cotidianas e ver se consegue fazer essa antecipação para encaixar isso dentro do orçamento”, explicou o economista Ricardo Coimbra.
Caso o consumidor não seja adepto à ponta do lápis ou não faça o estilo de anotar todos os gastos, há outra opção: os aplicativos de celulares. Atualmente, são muitas as opções desse tipo de ferramenta, que vem ganhando cada vez mais adeptos para organizar a vida financeira. Esse tipo de ferramenta surgiu com o avanço do open finance, um tipo de tecnologia que permite o compartilhamento de dados entre instituições financeiras. Assim, os aplicativos de finanças pessoais saíram do básico e ganharam novas funcionalidades, como pagamento centralizado de contas e avisos a clientes que ultrapassam os gastos no cartão de crédito.
“Assim como as operadoras de telefonia, os bancos tendem a virar apenas infraestrutura. Eles não conseguem capturar o valor que os clientes estão buscando”, diz Pedro Gomes, cofundador da Friday, app que reúne boletos. “Avisamos duas vezes ao longo do dia de vencimento e uma terceira vez falando que é o último aviso. Se venceu, continuamos avisando até o cliente pagar, e atualizamos o código de QR do Pix para incluir multa e juros”, explicou. O aplicativo custa R$ 9,90 ao mês, tem 79 mil downloads. Com mais de 12 milhões de usuários cadastrados, o Mobillis é o mais avaliado na Play Store e na Apple Store. A ferramenta é um tradicional agregador de informações financeiras, que visa ajudar o usuário a economizar. Já o Minhas Economias é um app totalmente gratuito com a opção de importar dados das principais instituições financeiras do país.
“No início do ano existem despesas como IPVA e IPTU, que são os impostos atrelados a veículos e a questão dos imóveis, que as pessoas precisam organizar como vai fazer esse pagamento. O ideal é sempre pagar à vista, pois tem um desconto. Mas, se não for possível, é parcelar, mas o parcelamento tem que ser colocado dentro da sua planilha financeira, porque vai gerar uma despesa mês a mês, dependendo da quantidade de prestações. Eu diria que é importante não atrasar esse pagamento, pois vai gerar juros e correção monetária, e o ideal é que haja organização financeira no ano anterior, uma vez que podem ocorrer despesas relacionadas a material escolar, muitas vezes a reajuste de plano de saúde, locações de imóveis, seguros, entre outras”, disse a economista e presidente do Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Empreendedorismo (IDESE), Desirée Mota.