Fonte: Space Money
Foto: Space Money
Pela sexta vez consecutiva, o mercado financeiro elevou suas projeções para a inflação deste ano. De acordo com o Relatório Focus divulgado no dia 2 de maio pelo Banco Central, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve fechar o ano em 7,89%.
Ao mesmo tempo, uma pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) apontou que o número de endividados e inadimplentes alcançou novos recordes em abril.
A parcela de famílias com dívidas a vencer alcançou 77,7% do total, maior patamar da série histórica da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), iniciada em janeiro de 2010. O resultado representa um avanço de 0,2 ponto porcentual (p.p.) ante março. Em relação a abril de 2021, quando a parcela de endividados estava em 67,5%, a alta foi de 10,2 pontos porcentuais.
De acordo com Carol Stange, educadora em finanças pessoais, inflação alta faz com que os brasileiros busquem pelo mercado de crédito para completar a renda mensal, apesar dos juros elevados.
“Percebo que a maioria das dívidas está relacionada a cartão de crédito e contas básicas do dia a dia, assim como supermercado, água, luz, gás”, diz.
Por outro lado, segundo a educadora financeira, não existem “milagres” para resolver a situação. O jeito é cortar gastos, economizar na lista do supermercado e no consumo geral em casa.
Para quem já está inadimplente, o caminho é ter a visão geral das dívidas, priorizar as dividas maiores, negociar e evitar novos empréstimos e gastos. Confira mais dicas:
1. Mapeie as dívidas
Em um arquivo específico, cite todas as dívidas que você possui no momento que estejam com os pagamentos em dia ou não. Nessa relação deve constar o “nome da dívida”, valor inicial, valor dos juros cobrados e o valor para uma possível quitação.
Ao final de cada dívida, é importante escrever também a motivo causador desse débito.
2. Conheça a sua real capacidade de pagamento
Qual a parcela real que um orçamento saudável aguenta? Sugere-se que não mais do que 30% das receitas estejam comprometidas com parcelamentos e financiamentos em geral.
Após o mapeamento das dívidas, é preciso fazer o fluxo de caixa, que nada mais é do que o registro das entradas (receitas) e saídas (despesas). De muito pouco adiantará entrar com uma proposta de quitação de dívidas sem conhecer os números que representam a sua vida financeira diária.
3. A ordem é negociar
Não é preciso esperar pelo atraso e inadimplência de contratos de financiamentos para procurar negociações. Financiamentos de automóveis e de imóveis podem ser negociados dentro da própria instituição ou portados para outra que ofereça juros mais baixos e condições melhores em geral.
Dívidas “caras”, que apresentam grandes cobranças de juros, e que colocam o patrimônio em risco devem ser priorizadas.
Uma boa sugestão é aproveitar os feirões de negociação de dívidas oferecidos por grandes instituições financeiras que acontecem algumas vezes por ano, inclusive em ambiente on-line.