Fonte: Gaucha ZH
Foto: Freepik
Sabe-se que a pandemia teve forte impacto na vida da população, mas agora pesquisas tentam dimensionar quais foram os mais dramáticos e até quais as boas surpresas do período. Conforme a pesquisa Pandemia e Impactos Financeiros, elaborada pelo Instituto Opinion Box para o Serasa, 67% das pessoas que vivem na Região Sul relatam aumento nas despesas.
Foram feitas entrevistas com cerca de 2 mil pessoas de todas as classes sociais (E,D, C e AB), entre 20 de janeiro e 2 de fevereiro deste ano em todo o país. Além de mais despesas, entre os principais resultados estão a queda na renda e a grande disseminação do Pix e de serviços como Netflix e Amazon Prime.
Entre os entrevistados nos três Estados do Sul, 34% viram a renda encolher nos dois primeiros anos de pandemia, enquanto 39% não sentiram alteração e 27% tiveram até aumento na receita no período.
Diante desse cenário, 49% dos sulistas optaram por cortar gastos considerados “desnecessários”. Outros 47% passaram a fazer planejamento financeiro para fazer as contas fecharem no final do mês. O cenário trouxe ensinamento: 62% disseram que, agora, dão mais importância ao hábito de guardar dinheiro para emergências.
A necessidade de distanciamento social alterou o gasto com lazer: 34% disseram não estar gastando com shoppings, bares e restaurantes e viagens de lazer. Serviços de TV por assinatura, como a Nefflix, passaram a integrar a lista das despesas de 87% dos entrevistados.
Questionados sobre quais setores impactaram no aumento dos gastos, 58% dos entrevistados afirmaram gastar mais nas compras no supermercado, um sinal dos efeitos da inflação com baixo emprego e crescimento. Apenas 12% indicaram estar gastando menos, enquanto 30% conseguiram manter o nível período pré-pandêmico.
Segundo a pesquisa, a principal mudança nos meios de pagamento é substituição do uso de dinheiro vivo pelo Pix, o sistema de pagamento eletrônico do Banco Central (BC) lançado em novembro de 2020. Mesmo assim, o cartão de crédito se manteve no topo do ranking, com 73% (acima dos 70% antes da pandemia), Pix (70%), e cartão de débito (42%, queda em relação aos 53% pré-pandêmicos). Para lembrar, não havia Pix antes da pandemia.
Como os efeitos não foram só financeiros, a pesquisa incluiu perguntas sobre os impactos emocionais. O apontado por mais pessoas na Região Sul foi a dificuldade de concentração para realizar as tarefas diárias (67%, mesmo percentual da média nacional). Nos demais aspectos, os resultados do Sul foram ligeiramente melhores do que os da média nacional: pensamentos negativos causados pela situação financeira (63% no Sul, 65% na média nacional), crise de ansiedade por preocupação com a vida financeira (63% ante 65%) e perda do controle das emoções que “sobrou” para outras pessoas (53% ante 57%).
* Colaborou Camila Silva