Fonte: Valor Investe, por Nathália Larghi
Foto: Valor Investe/ Freepik
Em um contexto de desdobramentos ainda incertos da pandemia e guerra entre Rússia e Ucrânia, a inflação alta persiste em muitos países. E isso tem feito os consumidores mudarem seus hábitos. Pelo menos é o que mostra o relatório “Lidando com a crise inflacionária em curso”, feito pelo Departamento de Estatística da Euroconsumers e distribuído no Brasil pela entidade de defesa do consumidor Proteste.
O levantamento foi feito em cinco países: Bélgica, Itália, Portugal, Espanha e Brasil. No cenário local, o pano de fundo é a inflação atingindo 4,78% no ano, como mostraram os dados do IPCA de maio. Nos últimos 12 meses, o indicador mostra uma variação de 11,73%.
Com isso, os brasileiros passaram a mudar seus hábitos de consumo em relação a moradia, energia e água; nutrição; lazer e cultura; mobilidade e até mesmo cuidados com a saúde.
Segundo o levantamento, 39% das pessoas consideram que sua situação financeira está pior do que no ano passado. Já 16% afirmam estar melhor. Os outros 45% dizem estar na mesma situação.
Moradia, energia e água
De acordo com o levantamento, 91% dos consumidores brasileiros mudaram seu comportamento em relação à moradia, energia, água.
A pesquisa ainda mostrou que 70% dos respondentes começaram a desligar mais os eletrodomésticos ou evitar usá-los para poupar eletricidade enquanto 41% disseram ter começado a racionar o uso de água.
Nutrição
Outros 91% disseram ter mudado seus hábitos de nutrição. Segundo a pesquisa, 65% passaram a comprar marcas mais baratas nos mercados. Já 49% passaram a comprar menos carne, peixe ou frango e 41% disseram ter cortado itens não-essenciais de alimentação.
Lazer e cultura
Segundo 85% mudaram seu consumo de lazer e cultura. 47% afirmam ter reduzido atividades sociais como frequentar restaurantes ou bares, já 39% disseram ter reduzido idas ao teatro, cinema, exposições, etc. Já 36% disseram ter adiado ou cancelado a compra de produtos de lazer como jogos de videogame e outros hobbies.
Mobilidade
O levantamento ainda mostrou que 83% mudaram seus gastos com mobilidade.
Segundo a pesquisa, 45% passaram a usar menos o carro desde que a guerra começou e passou a afetar os combustíveis. 33% disseram ter passado a andar mais a pé ou de bicicleta e 29% começaram a usar mais transporte público.
Saúde
Até os cuidados com saúde não saíram ilesos. 52% dos respondentes disseram ter mudado seus gastos nesse segmento.
Algumas das ações dos consumidores foram cancelar e adiar consultas ou tratamentos odontológicos (citado por 29%), cancelar ou adiar consultas e tratamentos médicos (apontado por 26%) e até mesmo o cancelamento de compra de óculos e aparelhos auditivos (citado por 20%). Nem a terapia saiu ilesa. Segundo a pesquisa, 13% adiaram ou cancelaram sessões.