Fonte: O Dia, por Gardênia Cavalcanti, com edição
Foto: O Dia
Uma dúvida muito comum entre pais e mães é como falar sobre dinheiro com as crianças. O ensino de educação financeira nem sempre acontece na escola. Por isso, a responsabilidade fica com a família, de proporcionar as noções de planejamento e cuidado com o dinheiro. E qual é o momento de ter um diálogo sobre finanças com o seu filho? É muito importante que crianças e adolescentes possam entender o valor do dinheiro e como trabalhamos duro para conquistar bens materiais e sonhos.
Para ajudar com esse desafio consultamos uma especialista no assunto, a educadora Paula Andrade, autora do livro “Finanças Para Crianças”, da Matrix Editora. Ela explica que cada fase da infância pede uma abordagem diferenciada sobre o assunto, para que os pequenos cresçam conscientes dos gastos e investimentos que fazem. Confira as dicas da profissional, não só sobre como falar de dinheiro, mas também como desenvolver hábitos e comportamentos financeiros saudáveis. Confira!
Crianças de 3 a 4 anos
Nesta fase, o foco deve ser o estímulo de comportamentos positivos e o desenvolvimento das habilidades socioemocionais. Os pais precisam trabalhar nas crianças virtudes como a paciência, disciplina e organização.
Também é neste momento, que os pequenos precisam de orientações para entender desejos e necessidades, além de serem incentivados a praticarem o desapego e entenderem as consequências de suas escolhas.
O cofrinho é uma ótima ferramenta para introduzir no dia a dia da criança.
Crianças de 5 a 6 anos
Nesta faixa etária, ainda é necessário focar em comportamentos, mas também é momento de introduzir algumas ferramentas e conceitos básicos de finanças.
Além da paciência e disciplina, é possível estimular a importância da perseverança, do planejamento e da definição de metas com o apoio de um cofrinho.
Neste momento da vida, os pequenos também estão prontos para entender a força do desapego, com a doação de brinquedos que não usam mais, por exemplo.
É o momento ideal para falar sobre empregos, salários, valores do papel moeda e introduzir noções de empreendedorismo para desenvolver a capacidade de resolução de problemas.
Crianças de 7 a 8 anos
Com o aprendizado da matemática na escola, novas ferramentas e conceitos de finanças podem ser aplicados. Aliada ao cofrinho, a mesada é um ótimo caminho para incentivar os bons hábitos financeiros.
Nesta idade, há abertura para desenvolver as habilidades de negociação, permitindo que a criança tenha clareza sobre como alcançar seus objetivos. Para ganhar algo que deseja, por exemplo, ela deve cumprir uma tarefa ou missão.
O incentivo aos trabalhos solidários pode ser interessante, pois desenvolverá o senso de comunidade desde a infância.
É nesta fase que eles se descobrem como seres sociais, então tenha atenção aos desejos consumistas que podem ser motivados por modismos e pela necessidade de pertencimento a um grupo.
Crianças de 9 anos ou mais
Aqui, é necessário amadurecer os diálogos e se faz interessante ampliar o conhecimento para além das finanças pessoais. Passe a promover conversas sobre como funciona a economia como um todo.
Não subestime a inteligência das crianças e troque ideias sobre impostos, sistemas bancários, sistema de câmbio e investimentos. Nesta fase, vale reforçar a importância do consumo consciente apresentando conceitos como economia circular, sustentabilidade e minimalismo.