Fonte: Diário de Santa Maria, por Mateus Frozza, Economista e professor universitário
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Uma recente pesquisa da S&P Ratings Services Global Financial Literacy Survey (Pesquisa Global de Educação Financeira da divisão de ratings e pesquisas da Standard & Poor’s), com cerca de 150 mil adultos em 143 países, procurou medir o conhecimento da população sobre quatro conceitos: juros compostos, inflação, aritmética e diversificação de risco. Questões básicas, que todos deveriam aprender ainda na escola.
O critério de aprovação envolvia acertar as questões de pelo menos três desses grupos. Os resultados são alarmantes. Além de atingir dois em cada três adultos no mundo, o analfabetismo financeiro é distribuído de forma heterogênea, com grandes variações entre países e grupos.
De acordo com a pesquisa, pessoas de baixa renda e com baixo nível educacional têm maior probabilidade de terem conhecimento deficiente de educação financeira. Já aquelas que têm acesso a serviços financeiros, como conta bancária e cartão de crédito, geralmente têm um maior conhecimento financeiro, independentemente de seu nível de renda.
De acordo com os resultados dos testes, divulgados, pouco mais de um terço dos respondentes no Brasil (35%) foi considerada apta: patamar levemente superior em relação à média global (33%). Todavia, ocupamos apenas a 67ª colocação no ranking geral. Além disso, existe uma distância significativa para as nações com elevado grau de desenvolvimento (55%).
Em material confeccionado pelo Banco Central do Brasil (Bacen), em mais uma tentativa de conscientizar a população sobre a importância do tema, a educação financeira é dividida em quatro pilares e esse pilares se conectam. O primeiro refere-se à cidadania, ter educação financeira tornas as decisões financeiras conscientes e bem-informadas. O segundo pilar do controle e orçamento, ou seja, entender o seu orçamento pessoal e familiar. O terceiro é em relação a poupança ativa, buscar um futuro melhor, realizar sonhos e se preparar para emergências.
Por fim, ter acesso e saber usar o crédito de forma consciente, priorizando produtos e serviços financeiros mais em conta. Conforme já mencionado em artigos anteriores, acredito que o fenômeno da falta de letramento financeiro seja uma das causas que ajudam a explicar o porquê de o custo do crédito ser tão caro aqui. A hipótese de que os filhos daqueles não habilitados terem maior probabilidade de apresentar dificuldades semelhantes às dos pais também me parece bastante razoável.
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