Fonte: Correio Braziliense
Foto: Correio Braziliense, Drazen Zigic/Freepik
Para algumas pessoas, evitar contrair dívidas pode ser uma tarefa bem mais complicada do que parece. Não importa a forma do pagamento, quando a compra é feita sem controle prévio, pode levar muitos a se atrapalharem com as finanças devido a gastos excessivos, que acarretam parcelas difíceis de serem contornadas. Diante deste cenário, especialistas explicam como evitar a famosa “bola de neve” de endividamento.
Dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) apontam que o endividamento dos brasileiros alcançou o maior nível histórico já registrado: 77,9% da população. O último levantamento realizado pelo Serasa mostrou que 69,43 milhões de pessoas entraram em 2023 com nome restrito.
Dicas para evitar o endividamento:
Controlar bem para onde vai o dinheiro que você recebe, seja com o uso de um caderno, de uma planilha ou de um aplicativo;
Evitar fazer novas dívidas, principalmente se for de itens não essenciais;
Começar a juntar para a formação de uma reserva de emergência;
Fazer três perguntas antes de comprar: Preciso disso? Posso comprar isso? Devo comprar isso? Se em qualquer uma delas a resposta for não, desista da compra!
O especialista em finanças pessoais João Victorino explica que os gastos sem controle são uma das principais causas para o endividamento pois, a partir do momento que as pessoas compram por impulso, não estão pensando nas consequências. Essa ação, segundo ele, pode gerar maiores problemas no momento de pagar as contas.
Para Victorino, é preciso prestar atenção aos detalhes para não se atrapalhar. “Não existem regras sobre qual é a melhor forma de pagamento, mas é bom não fazer parcelamentos a perder de vista, principalmente com juros, de itens supérfluos. E não parcelar itens essenciais como mercado e combustível, pois se tratam de despesas recorrentes que surgem todos os meses. São questões que devem ser levadas em consideração”, exemplifica.
Cartão de crédito
Um grande problema enfrentado pela população é ter várias formas de pagamento, como cartão de crédito, cartão de débito, cheque, dinheiro e Pix, e não conseguir administrá-las de forma adequada. Para o especialista, não possuir uma organização financeira bem estruturada para ter controle de tudo que é comprado é prejudicial e compromete o orçamento a longo prazo.
De acordo com ele, as vantagens que a conveniência dos meios de pagamentos digitais trouxeram à vida das pessoas devem ser acompanhadas de um estrito controle sobre os gastos. “No exemplo de compras no cartão de crédito, a fatura mensal do cartão deve ser acompanhada no detalhe. E os eventuais desvios do controle devem ser imediatamente corrigidos com a redução de alguma outra despesa do mês no mesmo valor do ‘estouro’. Vamos lembrar que remédio que cura também pode matar se usado em excesso”, destaca.
Apesar de muitos culparem, principalmente, o cartão de crédito, quando usado com cuidado pode ser um suporte para o dia a dia, atuando como forma de controle pela concentração de gastos em um lugar só (que você pode ficar olhando o tempo todo em caso de excesso) e até na possibilidade de pedir a redução do limite para evitar cair na tentação. A psicologia descreve gatilhos que não conseguimos controlar — para os gastos, às vezes, a conveniência pode prejudicar.
No entanto, o especialista em finanças pessoais afirma que, para que todos esses benefícios funcionem, é fundamental ter uma consciência financeira muito bem desenvolvida. “Não existe mágica e nem truque, mas planejamento. Gastar em qualquer forma de pagamento precisa ser uma ação planejada e não por impulso”, resume.