Fonte: CNN
Foto: CNN/ Jeshoots/ Unsplash
Se preocupar com a vida financeira deveria ser parte normal do cotidiano das pessoas. No entanto, para muitas pessoas, abrir o extrato bancário por medo ou organizar as contas causa desconforto até mesmo físico, como taquicardia, ansiedade e insônia.
Para quem se descontrola quando o assunto são finanças pessoais, pode ser um sinal para ficar atento sobre o que é conhecido em economia comportamental como “fobia financeira”.
O que é a fobia financeira
Em primeiro lugar, a especialista em educação financeira, Simone Sgarbi, explica que uma fobia é um tipo de transtorno de ansiedade que, normalmente, é caracterizado pelo medo irracional de uma situação.
“O que a pessoa sente é desproporcional à circunstância em si”, afirma.
A fobia financeira nada mais é que um pavor excessivo sobre assuntos relacionados a finanças, contas e dívidas.
Mais do que apenas o medo de dinheiro, a ideia de ter que lidar com essas questões faz com que pessoa trave e não consiga se organizar financeiramente.
Segundo a especialista em educação financeira, alguns dos sinais da fobia financeira são:
– Preocupação excessiva
– Fixação nos problemas
– Irritabilidade
– Dificuldades para dormir
– Medo de perder o controle
– Evitar olhar o extrato bancário ou as faturas do cartão de crédito
– Ser muito avarento ou muito descontrolado e se sentir extremamente incomodado quando surge o assunto dinheiro, chegando a mudar de assunto ou até mesmo saindo do lugar.
Consequências da fobia financeira
Para Simone Sgarbi, essa fobia afeta diretamente no dia a dia de um indivíduo, que não consegue transformar seus sonhos, por exemplo, em metas claras para atingi-las, pois de alguma maneira isso envolve encarar seus números bancários.
“Outra consequência é o descontrole financeiro, em que a pessoa não sabe ao certo quanto tem nem para onde está indo todo o dinheiro que ganha, o que acaba fazendo com que o seu maior medo vire realidade, que é o lidar com o dinheiro virar um ‘bicho-papão’”, completa a especialista.
Como superar a fobia financeira
A educadora financeira explica que existem duas ferramentas bem eficazes para superar a fobia financeira. A primeira opção seria pela “terapia de exposição” e a segunda pela “terapia cognitivo comportamental”.
Na terapia de exposição, que é exatamente se expor ao que lhe causa fobia, o acompanhamento de um planejador financeiro pode ajudar a pessoa se sentir mais segura nesse processo.
Já na terapia cognitivo comportamental, que é uma abordagem de tratamento psicológico baseada na ideia de que pensamentos, emoções, sensações corporais e comportamentos são conectados, e, se mudarmos umas dessas condições, podemos alterar as demais, explica Sgarbi.
O acompanhamento de um terapeuta com conhecimento em psicologia econômica pode acelerar o processo.
A especialista ainda destaca a importância de não criar ambientes de “dinheirofobia” dentro das famílias e sempre buscar falar do assunto dinheiro da forma mais natural possível.
“Esse é um jeito de evitar criar novas fobias em quem ainda não tem, mas caso você já tenha essa fobia é importante sim procurar atendimento e resolver isso o quanto antes”, afirma Simone Sgarbi.
*Sob supervisão de Ana Carolina Nunes