O Relatório de Investimentos referente ao mês de setembro já está disponível no site da Funpresp-Jud. Leia aqui. O documento traz uma detalhada análise sobre o cenário econômico e sobre as estratégias adotadas pela Fundação durante o período. Apresenta, também, os saldos financeiros segregados por planos e por instituições financeiras, dados sobre rentabilidade, análise de risco e aderência à Política de Investimentos 2021-2025, além de informações sobre os fundos de investimentos (exclusivos e abertos) utilizados pela Fundação. Vale a pena a leitura!
Em setembro, o Plano de Benefícios da Fundação apresentou retorno de -0,61% em termos nominais e -1,75% em termos reais, abaixo do benchmark do PB no mês (1,50% em termos nominais e 0,34% em termos reais). No acumulado de 2021, o retorno nominal foi de 1,99% e real de -4,59%, ante 10,19% e 3,08% do benchmark em termos nominais e reais, respectivamente.
Já as Reservas do Plano de Benefícios encerraram o mês com retorno de -0,88% em termos nominais e -2,02% em termos reais, também inferior ao benchmark no período. No acumulado de 2021, o retorno nominal foi de 0,84% e real de -5,67%, ficando também abaixo do benchmark no ano.
O Fundo de Cobertura de Benefícios Extraordinários (FCBE) encerrou o mês com retorno de 1,01% em termos nominais e -0,15% em termos reais, ficando abaixo do benchmark no período. No acumulado de 2021, o retorno nominal foi de 9,27% e real de 2,22%, abaixo do benchmark no ano.
Sob a ótica dos ativos, a carteira de investimentos do Plano de Benefícios finalizou o período com 74,5% dos recursos em Renda Fixa, 11,9% em Renda Variável, 2,9% em Investimentos Estruturados, 8,0% em Investimentos no Exterior e 2,7% em Imobiliário.
De acordo com o Relatório de Investimentos Set/2021, as preocupações mundiais continuam em torno do “esfriamento” do crescimento mundial diante de um cenário de inflação persistente, diretamente relacionado ao Coronavírus. Com isso, o ambiente tem sido cada vez mais de cautela por parte dos investidores, tanto nacionais quanto estrangeiros, uma vez que a tomada de riscos se torna, também, mais indissociável quando se fala da busca por rendimentos.
Especificamente no Brasil, o cenário é de continuidade da instabilidade fiscal e política, inclusive por conta da antecipação do calendário eleitoral, adicionando desafios no processo de gestão de carteiras.
Períodos de maior volatilidade e de perda de valor dos ativos abrem a possibilidade de aquisição desses ativos com melhores perspectivas de retorno, algo que a Fundação continua realizando de maneira bastante cautelosa tanto para as Reservas dos Participantes quanto para o FCBE, dado o cenário prospectivo mencionado.
Vale destacar que a rentabilidade obtida pelas Reservas dos Participantes, positiva, mas em um patamar reduzido, é superior àquela verificada para praticamente todos os ativos domésticos, não tendo sido possível, até o momento, gerar retornos mais elevados por conta da própria evolução dos preços dos principais ativos disponíveis para investimento por parte da Fundação, lembrando que, de acordo com a Resolução CMN 4.661/2018, o limite máximo para aplicação em ativos externos é de apenas 10% do patrimônio do Plano de Benefícios.
Já em relação ao FCBE, os retornos continuam consistentes, porém levemente abaixo do benchmark acumulado do ano. Apesar de contar com parcela expressiva dos ativos de Renda Fixa com critério de contabilização de Marcação pela Curva (MTC), não sofrendo os efeitos negativos da perda de valor da Marcação a Mercado (MTM) verificada nos títulos de médio e longo prazos em 2021, a carteira começou a ser penalizada pela deterioração da inflação comentada, além de perdas na posição detida de Renda Variável.
O Relatório de Investimentos Set/2021 também ressalta que a Política de Investimentos 2021-2025 indicou incremento relevante de risco nas aplicações das Reservas do Plano de Benefícios, com o objetivo de atingir o benchmark estabelecido em um ambiente de taxas de juros reduzidas, com consequente maior volatilidade nos resultados, principalmente em períodos mais curtos de avaliação. Por conta disso, o objetivo é o atingimento da meta de rentabilidade em um horizonte de investimento de cinco anos, mesmo que não seja alcançada em cada um dos anos individualmente, mas sim ao final de todo o período.
Em um cenário adverso e desafiador, a Funpresp-Jud preza por uma postura de cautela nos investimentos, com estruturas de proteção de parcela dos ativos de Renda Variável. Isso, inclusive, têm suavizado o resultado acumulado no ano, buscando equilibrar o nível de risco e retorno de uma maneira que resguarde a saúde previdenciária do participante, embora esteja sendo possível, em momentos pontuais e específicos, aproveitar os preços mais atraentes dos ativos, com uma visão de médio e longo prazos.