Após cinco meses consecutivos de resultados positivos, o cenário econômico volátil e incerto no Brasil e no exterior voltou a impactar os resultados dos investimentos da Funpresp-Jud. Em setembro, o retorno apresentado pelo Plano de Benefícios foi negativo (-1,30% em termos nominais e -1,93% em termos reais), abaixo do benchmark do PB no mês (0,98% em termos nominais e 0,34% em termos reais). Este ano, o Plano havia obtido resultado negativo nos meses de fevereiro e março, sendo que em abril a Fundação não apenas retomou o resultado positivo, como também obteve o melhor resultado da história do Plano de Benefícios JusMP-Prev, de 2,97%.
No acumulado de 2020, o Plano de Benefícios apresenta retorno de 2,46% em termos nominais e 1,10% em termos reais, voltando a ficar abaixo da meta para o período (4,47% em termos nominais e 3,08% em termos reais).
O resultado negativo em setembro foi decorrente dos retornos negativos em todos os segmentos de aplicação (Renda Fixa, Renda Variável, Estruturados – Multimercados e Exterior), fato observado pela primeira vez na história da Fundação. Esta queda nos preços dos ativos domésticos de maior risco ocorreu prioritariamente por conta da elevação da preocupação dos investidores com a trajetória das contas públicas e, por consequência, da sustentabilidade da Dívida Pública. Importante ressaltar que este movimento é uma continuação daquele verificado em agosto.
A meta da Fundação para 2020 é de IPCA + 4,15%, resultado ainda passível de ser atingido, porém com baixa probabilidade, e também bastante dependente de não haver novas turbulências nos mercados financeiros a ponto de gerar resultados adversos no último trimestre do ano.
Finalmente, deve-se destacar que, em virtude dos acontecimentos, e mesmo com maior cautela nos investimentos e com as atuais estruturas de proteção de parcela dos ativos de Renda Variável, que suavizaram o resultado negativo no mês, houve novo rompimento do limite mínimo referente ao mecanismo de stop loss, de acordo com o Plano Gerencial de Investimentos 2020. Nesse sentido, o referido mecanismo deverá ser acionado pela Diretoria Executiva da Fundação, com a determinação dos ativos e respectivos volumes financeiros que deverão ser objeto de desinvestimento com vistas à redução do nível de risco da Carteira de Investimentos do Plano de Benefícios.
O momento atual é de maior incerteza e volatilidade em relação aos últimos meses, com eventuais acomodações e/ou correções em algumas classes de ativos. Dessa forma, o cenário segue desafiador, tanto no Brasil quanto no exterior, porém não necessariamente com viés negativo. Existe a possibilidade do surgimento de oportunidades, principalmente, para os investimentos de longo prazo, embora dúvidas em relação ao cenário fiscal brasileiro estejam se sobrepondo a outras variáveis, agravando a perda de valor dos ativos domésticos nas últimas semanas.
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