Fonte: Citywire, por Luis Ricardo Martins
Foto: Citywire Brasil
Para falarmos sobre gestão administrativa das entidades, devemos entender o sentido e o significado de PGA – Plano de Gestão Administrativa.
PGA nada mais é do que o resultado da separação entre a entidade e o Plano de Benefícios. Trata-se de um ente contábil onde são registradas todas as receitas e despesas dos Plano de Benefícios, bem como as atividades referentes à gestão administrativa da EFPC (Entidade Fechada de Previdência Complementar), na forma do seu regulamento, conforme a Lei Complementar nº 109, de 29 de maio de 2001.
É nesse processo que se expõe a atividade administrativa da EFPC relativa a cada Plano de Benefício.
Ter uma gestão administrativa efetiva é uma das exigências que o mundo contemporâneo traz às empresas. E isso vai desde mudanças comportamentais, na cultura até processos como: mais qualidade para os produtos, melhorias sistêmicas e competências para inovar.
Traçando esse paralelo com a Previdência Complementar Fechada, os novos tempos impõem desafios que incluem competitividade e sustentabilidade desse sistema, como já mencionei antes nesta coluna.
O setor tem feito movimentações e repensado estratégias para atingir novos participantes, um dos pilares para retomada do crescimento da Previdência Complementar Fechada.
Essa corrida não é de agora. A reforma da Previdência, as conjunturas de mercado desde a década passada e a pandemia nos causam essa inquietação.
Toda crise gera oportunidade! E como fazer isso de forma ainda mais estruturada e sustentável?
Nesse contexto, o PGA pode se tornar um grande aliado das entidades para o fomento de novos planos.
Já falamos aqui que o desenvolvimento de novos planos vem sendo considerado como um meio importante para a criação e sustentação da competitividade na Previdência Complementar Fechada. É preciso sensibilizar o setor sobre a importância de uma administração mais empreendedora como um fator estratégico e necessário para esse desenvolvimento.
Cada EFPC, dentro do seu processo de Gestão Administrativa, deve utilizar ferramentas e criar mecanismos de incentivo ao fomento para gestão, tais como pesquisa e desenvolvimento, planejamento estratégico, marketing de conteúdo, grupos de trabalho com foco no perfil do novo consumidor, entre outros.
O PGA é um caminho natural para investir nessas estratégias, pois parte dos seus recursos devem seguir essa trilha. Ele pode ser aplicado em processos para o desenvolvimento dessa estrutura de inovação dentro da entidade.
É um diferencial necessário para incrementar o desenvolvimento dos planos e contribuir de forma decisiva para a sustentabilidade da Previdência Complementar Fechada.
Lembro que uma EFPC não tem fins lucrativos, mas tem propósitos relevantes que são compromissos com os seus participantes (pagamento de benefícios e poupança de longo prazo), com a sociedade (educação previdenciária) e com o desenvolvimento econômico do Brasil (injeção de recursos na economia).
O sistema precisa continuar crescendo sustentavelmente, e a criação de novos planos, como os instituídos, nos lançam para essa solidez. Dessa forma, as entidades que conseguem desenvolver uma estratégia mais empreendedora, com foco na inovação baseada no novo fluxo de participantes, contribuem para o desenvolvimento sustentável da fundação e de todo o sistema.
*Luis Ricardo Martins é diretor-presidente da Abrapp – Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar