A Funpresp-Jud realizou palestra online para a sua equipe, na última quinta-feira (7/10), sobre a vacinação da Covid-19 como medida de prevenção e controle da pandemia. O tema foi abordado e debatido pelos convidados Cláudio Maierovitch, coordenador do Núcleo de Epidemiologia e Vigilância em Saúde da Fiocruz Brasília e ex-Presidente da Anvisa, e José Paranaguá, coordenador do Núcleo de Estudos sobre Bioética e Diplomacia da Fiocruz Brasília.
Na ocasião, o Diretor de Administração, Marco Antônio Garcia, destacou que a palestra fazia parte das ações realizadas pela Fundação desde o início da pandemia, sempre pautadas pela ciência e pelo compromisso com a transparência das informações.
Ele lembrou o “Dia D”, 16 de março, quando a Funpresp-Jud tomou a decisão de proteger a equipe por meio do teletrabalho, formato que permanece em vigência para a maior parte dos empregados até o momento atual. Citou, também, palestras e campanhas feitas sobre o tema, bem como os estudos estatísticos realizados semanalmente pelo Diretor de Investimentos, Ronnie Tavares, sobre o acompanhamento da Covid-19 no Distrito Federal. O Diretor reforçou a importância de todas as ações, incluindo aquela palestra, para uma futura volta ao trabalho de forma tranquila, organizada e controlada.
Cláudio Maierovitch fez um histórico de pandemias anteriores e lembrou que não há registros de epidemias extintas pelo caminho “de deixar a doença se espalhar para acabar por ela mesma”. Mencionou exemplos de líderes mundiais que mudaram o seu posicionamento durante a evolução da pandemia, como o primeiro-ministro britânico Boris Johnson, que constituiu Comitê Científico, e o ex-presidente do Estados Unidos, Donald Trump, que reviu o seu posicionamento diante da aceleração da pandemia no país e investiu no desenvolvimento e na compra de vacinas.
Maierovitch também destacou que estudos de outros coronavírus, como o que surgiu na China, nos anos 2000, e no Oriente Médio, em 2012, foram muito importantes no desenvolvimento das vacinas para o Covid-19. Houve uma junção de conhecimento e amplo investimento financeiro que permitiu um processo mais acelerado de desenvolvimento, testes, produção e aprovação das vacinas. Ele fez questão de reforçar que não houve queima etapas e sim a realização de algumas delas de forma simultânea, não apenas pela urgência, mas pela ampla disponibilidade de recursos financeiros.
O profissional também registrou que todas as vacinas aplicadas no Brasil são seguras e que a maior parte dos efeitos adversos registrados e em monitoramento não se referem à casos graves. Destacou, ainda, a chance de coincidência temporal, que gera a dúvida se efeitos adversos de fato foram ocasionados pelas vacinas. Ele também disse que, a partir de cálculos, o risco de quem não se vacina é 100% maior de desenvolver casos mais graves da doença e morte.
José Paranaguá explicou o que é vacina e o papel de estímulo ao sistema de defesa do organismo. Lembrou a experiência obtida há cerca de 100 anos, com a Gripe Espanhola e destacou o avanço da ciência e da tecnologia nas últimas décadas. Comentou que muitas experiências antigas, que já foram superadas pelo conhecimento e pela tecnologia, têm sido espalhadas como se fossem verdade, incentivando a crença a situações antigas que não consideraram a evolução da espécie e do conhecimento humano. “Todos se imunizam ou todos continuarão sob risco”, disse Paranaguá, inclusive remetendo aos princípios contidos na Constituição da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Ele também lembrou que a Constituição Brasileira prevê a saúde como um direito de todos e que isso passa pelo respeito à coletividade. A decisão pessoal de não se vacinar favorece a circulação do vírus e afeta a vida de todos.
“Todo cuidado é pouco, mas cuidado demais mata”, comentou ele sobre o medo de se vacinar em razão dos efeitos adversos. Ele também fez um paralelo com o princípio da incerteza. A vida é incerta e isso não se dá apenas em razão da Covid-19. Existem várias outras situações de risco que as pessoas estão submetidas diariamente e que, para isso, contratam seguro de vida, seguro de carro, plano de saúde, dentre outros.
Os convidados responderam a várias perguntas enviadas via chat pelos empregados. O Diretor de Investimentos, Ronnie Tavares, encerrou o evento agradecendo pelo esclarecimento de muitas dúvidas. Também registrou que os estudos matemáticos estatísticos que ele realiza semanalmente, com base nos dados do Ministério da Saúde, são utilizados apenas internamente, para embasar a tomada de decisões pela Diretoria Executiva e para manter os empregados atualizados sobre o tema, por meio de informações que utilizam fonte segura.
Ele reforçou a importância de todos buscarem informações de fontes confiáveis, cujos dados são exaustivamente estudados e discutidos. Destacou também que há diferente nível de conhecimento sobre o assunto pelos médicos e que pela primeira vez economistas de todas as linhas de pensamento concluíram, em consenso, que quanto mais rápida e de forma mais intensa a pandemia é contida, mais rápido ocorre a retomada econômica.