Fonte: Vogue, por Cláudia Lima
Foto: Vogue/ Grace e Frankie/ Reprodução/ Netflix
Talvez nós sejamos a primeira geração de adultos em nossa história recente que tem uma expectativa de vida mais longa. Segundo dados do IBGE de 2018, o Brasil tem mais de 28 milhões de pessoas acima de 60 anos e esse número pode dobrar de tamanho nas próximas décadas.
Em 2043, um quarto da população brasileira deverá ter mais de 60 anos, enquanto a proporção de jovens até 14 anos será de apenas 16,3%.
Além do aumento da expectativa de vida, cada vez mais temos profissionais de 50 anos e mais prolongando e mudando a sua trajetória profissional. Será que estamos preparados para encarar o envelhecimento? Como manter-se ativa após os 50 anos? Como fazer para manter nossa longevidade?
Vogue Sua Idade conversou com Teresa Cristina Alves Sanchez, Nutricionista especialista em gerontologia pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) para explicar quais são os fatores que podem ser nossos aliados nessa busca pela saúde. “Em primeiro lugar, devemos saber que o principal objetivo para mantermos a nossa longevidade é o de não adoecer. Então, como diz o ditado, prevenir é melhor que remediar”, diz ela.
Aqui, alguns pilares importantes que devemos ter em mente para um envelhecimento saudável e com qualidade de vida. Valendo!
1 – Prato saudável
A gente adora comer bem, saborear uma boa taça de vinho e adoçar a boca de vez em quando certo? Porém, vamos encarar: com a idade, além do nosso metabolismo não funcionar da mesma maneira, precisamos focar atenção em uma dieta saudável e sem excessos. “Uma alimentação balanceada deve conter grupos de alimentos importantes para a manutenção da saúde. Assim, uma dieta saudável deve ser composta por carboidratos, gorduras, proteínas, fibras, probióticos e água.”
Para assegurarmos a ingestão de nutrientes, na hora de fazer o prato, devemos incluir sempre:
– alimentos ricos em vitaminas, minerais e fibras como os cereais integrais, arroz integral, flocos de aveia;
– verduras verde escuras, legumes e frutas
– gorduras de boa qualidade: azeite de oliva, sementes e oleaginosas como linhaça e semente de chia. Castanhas e amêndoas também são excelentes fontes de gorduras de boa qualidade, além de vitaminas e minerais
– Grãos: como feijões, ervilhas, lentilhas, grão de bico
– Proteína animal: ovos, carnes vermelhas e brancas
– Cálcio e probióticos: leite, queijos e iogurtes
O que evitar:
– embutidos (salsichas, frios, linguiças, enlatados), que contém muito sódio e gorduras não boas
– refinados (arroz e farinhas brancas)
– açúcares
– alimentos industrializados em geral
2 – Xô stress!
Na mulher, a chegada da menopausa e a alteração nas funções hormonais podem causar oscilações de humor e irritabilidade. Ou seja, manter-se em equilíbrio é importantíssimo para evitar a liberação de hormônios ligados ao stress. “Sabemos que a correria do dia a dia e a rotina do trabalho muitas vezes fazem com que cuidemos de tudo e todos, menos de nós. Por isso, cultivar um estilo de vida com mais tranquilidade é fundamental e imprescindível. Mude esta chave e volte as atenções para você.”
– comece agora: 30 minutos do seu dia já irá fazê-la sentir melhor, mais disposta e com aquela sensação boa de ter se dedicado a esta pessoa incrível: você.
– ative a sua espiritualidade, ela é fundamental para manter o equilíbrio emocional
– técnicas como meditação, ioga, leitura, música ou o contato com a natureza ajudam muito para a diminuição do stress.
3 – Mexa-se. Já!
Por mais que a preguiça insista em te pegar, aceite: atividade física é fundamental nessa fase da vida. “No processo de envelhecimento pode ocorrer a diminuição na força muscular, alterações da marcha e equilíbrio e risco aumentado de doenças crônicas”, observa a Dra. Teresa.
“Caminhada, musculação e pilates são excelentes exercícios para essa fase. Antes de sair praticando, consulte sempre um especialista”, avisa.
4 – Suplementos
Atualmente já sabemos que devido ao nosso estilo de vida agitado, processo de envelhecimento com suas alterações fisiológicas, necessidades aumentadas para nossa faixa etária muitas vezes não conseguimos atingir as necessidades recomendadas dos nutrientes. “É aí que se faz necessário suplementarmos com alguns nutrientes importantes para essa fase.
Carotenoides, flavonoides, polifenóis, resveratrol, minerais como zinco, selênio, cromo, cobre, manganês, magnésio, molibdênio, vitaminas do complexo B, vitamina C, vit E, N-acetilcisteína, ômegas EPA e DHA, Coenzima Q10, colágeno, aminoácidos, cálcio e vitamina D são alguns suplementos que podem ajudar. Atenção: não saia por aí comprando ou tomando tudo, pois o excesso de alguns desses suplementos podem prejudicar a sua saúde”, alerta a gerontologista.
“Antes de sair tomando vitaminas, o primeiro passo é consultar um nutricionista e um médico nutrólogo, que lhe pedirá exames e prescreverá o que realmente você necessita de acordo com todas as suas taxas.”